Contratos de leitura

          Ler é uma excelente forma de passar o tempo

    Ler para esquecer, ler para aprender, ler para imaginar, ler para sonhar. Uma página com tantas letras... Afinal, para quê tantas palavras quando se pode dizer o essencial em poucas frases?
    Mais uma página li, e mais percebi...detalhes aqui, detalhes ali, pormenores insignificantes que se tornam importantes. Página um, página cem, afinal o final feliz vai para quem? Continuei a ler, sem perceber que estava a aprender. O tempo passou e, muitas vezes, alguém me chamou. Não quis ligar, apenas quis saber como a história ia acabar.
    Leio o livro hoje, amanhã e depois de amanhã. O tempo passa tão rapidamente  que nem me apercebo... O livro já vai a meio e muita coisa já compreendo. 
    Na minha história há pessoas boas e pessoas más, no meu pequeno livro imagino o que cada uma é capaz. A história está cada vez mais excitante e nunca pensei que ler fosse tão radiante. Chego a casa e enterro-me de corpo e alma no meu livro. Mais uma página passei, uma personagem imaginei, e mais um pormenor encontrei.
    Ler é uma excelente forma de passar o tempo, uma ótima forma de apreciar o momento. Agora que cheguei ao fim, penso para mim: "Que belo desenlace". Já estou a pensar no próximo, que vai ser um romance com bastante suspense.
     Aprendi que ler não é só para aprender, não é só para imaginar ou sonhar, mas é também uma excelente forma de passar o tempo.
                                                        Elsa Henriques, 11º B



Depois deste belíssimo texto introdutório, cá ficam os excertos dos livros lidos pela turma B, do 9º ano, escolhidos por eles.
Quando sopr@ o vento Norte, Daniel Glattauer
"Ainda está a pensar como é que vai explicar a si próprio e, sobretudo, como é que me vai explicar os seus e-mails desta noite? Não é preciso, Leo. Achei muito bonito aquilo que me escreveu sem intenção, muito bonito mesmo. Deveria ficar completamente bêbedo mais vezes, porque se torna um verdadeiro sentimentalista, muito aberto e direto, muito carinhoso, de certa forma até impetuoso e apaixonado. A falta de controlo fica-lhe bem! Sinto-me lisonjeada por querer beijar-me tantas vezes! Escreva-me! Estou curioso para saber como está. Quando está sóbrio esforça-se sempre bastante para ser tudo menos o Leo que surge espontaneamente quando está bêbedo. Espero que não tenha vomitado."

A vida na porta do frigorífico, Alice Kuipers
"Guardei a chave de casa comigo, á espera do momento certo. Hoje, estava sentada junto á margem do rio por onde costumávamos passear e, subitamente, soube o que devia fazer. Atirei-a com toda a força que tinha. Ela brilhou ao sol, e depois mergulhou na água e desapareceu. Senti-me bem, Mãe, pela primeira vez em muito tempo, senti-me bem. Sentada junto á agua, pareceu-me ouvir o som da tua voz no vento, dizendo-me que estás bem.”

Marley & Eu, John Grogan
“Um cão não julga os outros pela cor da pele, credo religioso ou classe social, mas sim por o que elas têm dentro de si mesmas. Um cão não se interessa em saber se somos ricos ou pobres, educados ou iletrados, burros ou inteligentes. Dêem-lhe o vosso coração que ele dar-vos-á o seu. As coisas são na realidade bastante simples, e no entanto somos nós, os humanos, muito mais sábios e sofisticados, quem sempre teve dificuldade em discernir o que é realmente importante ou não.”
Diário da nossa paixão, Nicholas Sparks
Nenhum deles se moveu enquanto se olhavam nos olhos. Ele não havia dito nada, os músculos pareciam hirtos, e durante um segundo ela achou que Noah não a tinha reconhecido. Subitamente sentiu-se culpada por aparecer assim daquela maneira, sem aviso, o que tornava tudo mais difícil. De algum modo achara que ia ser fácil, que saberia o que dizer. Mas não sabia. Tudo o que lhe vinha à cabeça parecia pouco apropriado, insuficiente”.

Ilha Teresa, Richard Zimler
“Quanto pode uma pessoa chorar? Tenho os lábios gretados e a garganta dorida e quero parar, mais que não seja para não ficar doente, mas não há nada que eu possa fazer. Um poema e um romance não são armas por aí além, mas são tudo o que tenho para me ajudar a manter a cabeça à tona no escuro oceano em que estou atolada desde terça-feira à tarde. Não tinha passado mais do que vinte minutos depois de chegar da escola, estava eu a engolir uma tosta Pop Tart de morango, ouvi a mãe a atender o telefone no quarto dela. Minutos depois, quando ela desceu, tinha a cara pálida e estava a tremer. Enquanto eu limpava a boca do doce de morango, ela disse-me que a chamada era de um médico do Merton University Hospital. Que sentia muito, que o meu pai tinha morrido”.

O Céu existe mesmo, Todd Burpo e Lynn Vicent
“Sonja e eu trocámos outro olhar. O que se passa? Será que ele teve um sonho no hospital? E uma outra questão silenciosa: O que havemos de dizer agora? Uma pergunta veio-me à cabeça.
-Colton, como eram os anjos?
Ele riu-se, aparentemente da recordação.
-Bem, um deles parecia o avô Dennis, mas não era ele, porque o avô Dennis tem óculos.
Depois ficou mais sério.
-Papá, Jesus mandou os anjos cantarem para mim porque eu estava muito assustado. Eles fizeram-me sentir melhor.
Jesus? Olhei de novo para Sonja e vi que ela estava de boca aberta. Virei-me outra vez para Colton.
-Queres dizer que Jesus estava lá?
O meu menino acenou como se não estivesse a contar nada mais admirável do que ver uma joaninha no jardim.
-Sim, Jesus estava lá.
-Onde estava Jesus?
Colton fitou-me nos olhos.
-Eu estava sentado ao colo de Jesus."


Chinho e Colixo, Samuel Gonçalves
"Na véspera da partida, fizeram uma pequena festa de despedida em casa. Tudo à luz do candeeiro a petróleo. Era violino, viola e violão deliciando a noite de breu da Lagariça. As lindas mossas do Côcho, Lagariça, Tongom e Cisterno enfeitaram a festa. À meia-noite foi-lhes servido canja de galinha. Insistentemente ouvia-se hora di bai, cantado e tocado. Dos olhos de muitos amores escondidos, brotavam as lágrimas. Não era a festa homenageando os “americanos”, quando chegaram. Era a festa de despedida de futuros “americanos”, que voltariam um dia à terra."



Não há coincidências, Margarida Rebelo Pinto
"Tenho à minha frente o caderno que te comecei a escrever, uma espécie de diário da minha paixão contida por ti, aquele que nunca quiseste ler, embora me tivesses alimentado a esperança de um futuro longínquo, que um dia talvez pudéssemos partilhar, um projecto de vida futura que nunca passou da minha imaginação ou do teu delírio. Mas de que vale o amor sem um futuro sonhado, mesmo que nunca se concretize?
Toda a nossa existência tem por condição a infidelidade a nós próprios. Fui muitas vezes na minha vida, infiel aos outros, mas sobretudo a mim própria, quando me recusava a escutar o meu próprio coração. E tantas vezes o fiz que receei tornar-me igual a quase toda a gente, que sobrevive nesse estado de não-existência, sem sequer ter a consciência de como e quão fundo nele se pode estar aprisionado."



“Silêncio”, Sophia de Mello Breyner Andresen

"Na paz da noite, de cima a baixo, os gritos abriram uma grande fenda, uma ferida. E assim como água começa a invadir o interior enxuto quando se abre um rombo no casco de um navio, assim agora, a desordem, a divisão, o pânico penetravam no interior da casa, do mundo, da noite.”



A Viagem do Elefante, José Saramago

"(…) é um magnífico exemplar de elefante asiático, com todos os pêlos e pintas a que está obrigado pela sua natureza e que encantará o arquiduque e deslumbrará não só a corte e população de Viena como, por onde quer que passe (…)"



Juntos ao Luar, Nicholas Sparks

"O Tim mostrou-me que o amor significa preocuparmo-nos mais com a felicidade de outra pessoa que com a nossa própria felicidade, por muito dolorosas que as opções com que nos deparemos sejam. Abandonei o quarto do Tim no hospital com a certeza de que ele estava certo. Mas agir de maneira certa não foi fácil. Ultimamente conduzo a minha vida com a sensação permanente de que alguma coisa me falta, que, não sei bem como, tenho de preencher a lacuna que me aflige. Sei que os meus sentimentos pela Savannah nunca irão mudar, e sei que nunca deixarei de ter dúvidas a respeito da escolha que fiz."



Um dia, David Nicholls
"-Acho que o importante é fazer alguma diferença - disse ela. - Mudar realmente alguma coisa, percebes?

- O quê, tipo “mudar o mundo”, é isso?
 - Não o mundo inteiro! Só aquele bocadinho à tua volta."

 
Brisingr, Christopher Paolini
"Roran tinha a paciência de um predador, mas inclusive ele começou a remexer-se de inquietude quando a manhã e a tarde passaram sem que tivessem encontrado um navio que os levasse a Surda. Soube que o navio de três mastros, o Asa de Dragão, estava recém-construído e a ponto de zarpar em sua primeira viagem, que não tinham a menor opção de contar-lhe à companhia da navegação Blackmoor, salvos se pagassem o equivalente a uma habitação cheia de ouro vermelho dos anões, e o que, é obvio, o dinheiro dos aldeões não chegava nem para contratar a pior nave. Tampouco resolviam os seus problemas ficando com as barcaças de Clovis, porque não sabiam o que iam comer durante o caminho."

Como Ser Solteira, Liz Tuccillo
"Acho que nos temos de amar ferozmente. Como uma leoa que protege a sua cria. Como se pudéssemos ser atacadas a qualquer momento por um bando de marginais cuja única intenção é fazer-nos sentir mal connosco próprias. Acho que nos temos de amar a nós mesmas tão apaixonadamente como os romanos (…) com o orgulho e a dignidade das mulheres francesas (…) como se fôssemos raparigas brasileiras de dezassete anos (…) Temos realmente de descobrir a nossa viking interior."



Steve Jobs, Walter Isaacson

"Este é um livro sobre a vida aventurosa e a personalidade incandescentemente intensa de um empresário criativo, cuja paixão pela perfeição e determinação feroz revolucionaram seis indústrias: computadores pessoais, cinema de animação, música, telefones, computação tablet e publicação digital. Até poderíamos acrescentar uma sétima: lojas de retalho, que Jobs não revolucionou exactamente, mas reimaginou efectivamente. Mais, ele abriu caminho para um novo mercado de conteúdos digitais baseado em aplicações, em vez de websites. Pelo caminho, criou não só produtos transformadores mas também, à segunda tentativa, uma empresa duradoura, dotada do seu ADN, ou seja cheia de designers criativos e de engenheiros arrojados capazes de transmitir ao futuro a sua visão"


O Último Verão Teu e Meu, Ann Brashares

"Deixa-me amar-te, mas me ames de volta. Ama-me e deixa-me odiar-te por uns instantes. Deixa-me sentir que tenho algum controlo porque sei que nunca terei"